terça-feira, 1 de outubro de 2013

Do passado

Nada se muda do que se fez. Não volta o que se foi.
Na verdade, volta sim, pelas memórias que martelam inoportuna e aleatoriamente. Que culpa tenho? É o meu rancor, e nem estou tentando justificar, talvez amenizar... sei que quando se faz/fala é mais fácil o esquecimento, mas aos que "sofreram" de alguma forma com o dito/feito criam-se feridas. Elas são cicatrizadas, mas leva tempo. Ainda não sei se elas se curam por completo, acho que algumas sim, outras ficam uma marca.
E tenho muitas marcas em minhas memórias...
talvez por ter gostado demais, por querer muito, por sonhar com algo e alguém que nunca existiram fora de uma idealização minha.


"Não podemos mudar o passado", pois já passou.
Porém o passado deixa muitas coisas,
sentimentos, tristezas, rancores,
e só o tempo.
Não me peça o presente
sem comprometimento com o passado.
As feridas estão aí quase cicatrizadas,
mas as vezes ainda sagram.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Leviana

Ao recebê-lo, cordialidade. Ao manter e tê-lo, austeridade.
Leviana. Imatura.

O corpo ainda tem sede de ti ter, vaidade.
Mas sem controle de mim, inconsequência.
Imatura. Leviana.

Há.

Há consciência, apesar dos surtos.
Há coração, apesar de tanta desilusão e acidez.
Há corpo e alma, mesmo cansados.
Há um ser humano(!) com seus pesares, exageros, e seu pulsar que fala (muitas vezes) mais que o pensar.

Há esperança, apesar de tudo e todos.
Há esperança, mesmo quando se comete os mesmos atos imaturos, insanos.
Há esperança de ser diferente e de agir diferente.

Há esperança de se reconstituir.
Há esperança! Há esperança. Há.

Há?

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Só por hoje

Hoje quero brincar de ser mãe, 
de fingir/lembrar que tenho uma filha.
Acho que até trocarei uma fralda,
darei atenção, brincarei com ela.

Hoje quero brincar de ter obrigações, 
e cumpri-las. Acordei inspirada.

Ah, mas que fique claro que é só hoje! 

(Todas sabem que não é bem assim, quando se é mãe, de fato, as coisas, pensamentos e gestos voltam-se aos nossos/as pequenos/as. Não é quando dá, quando posso, quando quero. Independe.Tem que ser feito, é simples assim - e muitas vezes, nem tanto.)